"Porque a vida não é um conto de fadas e sim, um conto de fatos."

Um país insular à mercê do caos

Foi no dia 11 de março de 2011 que o país, cuja expectativa de vida é a maior do mundo, sentiu o sétimo pior tremor de terra registrado na história mundial. Não seria tão trágico se não fossem 8,9 graus apontados na escala Richter, consignando o pior terremoto de todos os tempos no país asiático.

Um abalo sísmico que não parou por aí. Seguido do grande tremor, uma onda de mais de 10 metros “varreu” toda a costa nordeste do território ceifando mais de 10 mil vidas e desabrigando outras 500 mil, agora, as notícias giram em torno de uma possível crise nuclear, talvez a mais grave depois do desastre de Chernobyl, há três décadas.

Ok. Desses dados todo o mundo está cansado de ouvir, ler e estudar nos livros escolares do ensino fundamental, mas chamo a atenção para um ponto crucial: como uma nação passa por tudo isso e continua levando uma vida, aparentemente, normal?

Será que só eu reparei que os japoneses, mesmo em meio à tamanha devastação, reconstroem suas vidas de forma praticamente tranquila? Assustados, mas não desesperados. Famintos e sedentos, mas não desorganizados. Me pergunto a todo momento: Que tipo de população, em situação semelhante à asiática, consegue entrar em uma fila para adquirir um copo d’água e uma porção pequena de arroz de forma comportada e sem provocar nenhum transtorno?! Ou que tipo de população vê seus filhos sendo deixados para trás por causa de uma possível contaminação radioativa e consegue disfarçar a aflição?! 

Sei lá se são questionamentos um tanto quanto lúdicos da minha parte ou se minha indignação se deve ao fato de ter crescido em uma cultura completamente calorosa, para não dizer egoísta. Imagine se uma catástrofe de tamanha proporção acontecesse no Brasil? Melhor, valorizemos o bom senso e não ousemos a pensar. Muitos até poderiam me responder que, para uma grande potência econômica como o Japão, tudo flui mais fácil, é natural... Mas creio que a situação é mais cultural e educacional do que econômica.

Até aí tudo bem, mas nos seus altos e baixos, não dá para negar que os japoneses passam por um momento delicado de reestruturação, não digo em questão de recursos, pois é meio óbvio que isso não é empecilho algum ao Japão que se recuperou recentemente de uma crise econômica, ou é?  Levo mais em consideração a questão de trabalhar o psicológico e a esperança de conviver na incerteza do próximo passo e de quando será o próximo fenômeno natural, propriamente dito, a ser alertado pela Defesa Civil.

Seja por questão cultural, política, religiosa, econômica ou de posição geográfica, a verdade é que a “Terra do Sol Nascente”, pós-tsunami, está fragilizada e à mercê de um caos que só tende a se alastrar pelos próximos anos. Vai se recuperar, como sempre o fez, mas não para por aí até se estagnar. Pobre povo! Pobre Planeta! E sempre ela... A esperança. 

Imagens: Ilustração/ Internet

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"Nunca satisfarei a todos e eu nem quero! Os célebres pensadores sempre foram criticados e nem por isso deixaram de contribuir para a inteligência e conhecimento humanos." (Carol Aleixo)